16 agosto, 2007

Margeando



A margem de um rio,
a margem da página em branco.
À margem da vida e,
na margem da vida,
a terceira margem.
Chega-se à margem de chegada,
à margem dos que chegaram,
à margem dos que estão
e à margem dos que se vão.
Chega-se à margem da verdade
e dos que dão margem à mentira.
E margeando segue-se este rumo
até o deságue na vastidão de um sentimento qualquer indizível.
Segue marginal,
exitante em mergulhar no córrego,
leva o medo de dar as costas à margem
e encarar o outro lado,
a outra margem.
E segue margeando,
marginal da lógica imposta
de um padrão descabido
da felicidade plena e momentânea do pertencimento.

Um comentário:

Wladimir Duarte disse...

Lindo como a Dona! :) BEIJOS