17 agosto, 2007

De repente


Em um instante repentino qualquer tudo acaba se transformando... quando cruza a margem de chegada... o limiar para que algo se transforme no oposto de sua essência.
Às vezes é melhor desacelerar a corrida para não cruzar a chegada... mas um dia chega.


"De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente."
(Vinicius de Moraes)

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