A margem de um rio, a margem da página em branco. À margem da vida e, na margem da vida, a terceira margem. Chega-se à margem de chegada, à margem dos que chegaram, à margem dos que estão e à margem dos que se vão. Chega-se à margem da verdade e dos que dão margem à mentira. E margeando segue-se este rumo até o deságue na vastidão de um sentimento qualquer indizível. Segue marginal, exitante em mergulhar no córrego, leva o medo de dar as costas à margem e encarar o outro lado, a outra margem. E segue margeando, marginal da lógica imposta de um padrão descabido da felicidade plena e momentânea do pertencimento.